Células-Tronco: transplante é incluído como opção para tratamento da Doença Falciforme
O tratamento clínico da doença falciforme, até então disponível no Brasil, consiste no uso da hidroxiureia para controlar os sintomas com ou sem transfusões de sangue, o que pode levar a uma sobrecarga de ferro no organismo.
No entanto, o transplante de células-tronco hematopoieticas (TCTH), que já beneficia pacientes com doenças cohematológicas como linfomas, leucemias e mielomas, passou a integrar o rol de procedimentos indicados como opção terapêutica nos casos graves da doença.
“Hoje o transplante é o único com possibilidade de cura”, esclarece a hematologista e membro da Sociedade Brasileira de Transplante de Medula Óssea (SBTMO), Belinda P. Simões. Ela, que é pesquisadora da USP-Ribeirão Preto e atua no campo da falciforme, explica que “é consolidado que a sobrevida é de 95% pacientes com anemia falciforme já submetidos a transplante”.
Estima-se que 60 a 80 casos por ano poderão ser atendidos. De acordo com a portaria nº 571, publicada 1 de julho de 2015, no Diário Oficial da União (D.O.U.), serão indicados ao transplante os casos mais graves, como quem tem lesão cerebral ou risco de ter devido à doença, ou quem sofra com constantes crises de priapismo (ereções prolongadas e dolorosas), por exemplo.
Com o transplante, as células doentes são substituídas, evitando expor o paciente aos riscos de transfusões contínuas. “Com o transplante, as células doentes são substituídas, evitando expor o paciente aos riscos de transfusões contínuas”, relata Belinda.
A falciforme é mais comum afrodescendentes, mas sendo o Brasil um país miscigenado, a doença se tornou um problema de saúde pública, sendo os estados com maior número de casos Bahia, Rio de Janeiro e Minas Gerais. A doença se manifesta nos seis meses de vida do bebê sendo a principal forma de diagnosticá-la o “Teste do Pezinho”. Atualmente, dos 27 Estados brasileiros, apenas 17 realizam este tipo de exame logo após o nascimento.
Fonte: Vida