Festival do Rio: Para diretor argentino Pablo Fendrik, cinema de autor não é sinônimo de qualidade

Alice e Gael García Bernal estão A Ardência, do diretor argentino Pablo Fendrik
Divulgação

O diretor argentino Pablo Fendrik diz não ter abandonado o cinema de autor seu terceiro longa-metragem, A Ardência (El Ardor, 2014), mas advertiu que cinema de autor não é sinônimo de qualidade.

“Além de bons e ruins, que é uma definição espantosa, os autores têm momentos, vamos experimentando”, afirmou Fendrik entrevista à Agência Efe no lançamento de seu filme no Festival Internacional de Cinema do Rio de Janeiro, um mês após a estreia na Argentina.

Segundo o diretor, seu “momento” neste filme é o de “continuar fazendo cinema de autor, mas outra escala”, já que “A Ardência” é um “western” ambientado na floresta e com a presença de dois protagonistas com apelo internacional, o mexicano Gael García Bernal e a brasileira Alice .

O filme narra a história de uma família camponesa que vive perto da fronteira entre Brasil e Argentina, assediada pelo grupo de pistoleiros de um fazendeiro. Em sua defesa aparece o misterioso personagem de García Bernal, que tentará resgatar a filha da família, interpretada por Alice .

“Trabalhar com atores com tanta experiência deixa a vida muito mais simples. É mais o que eu aprendo com eles do que o que eles têm para aprender de mim”, disse um humilde Fendrik sobre seus dois protagonistas.

“A Ardência” recolhe várias referências de outros filmes, “diversão pura” segundo o diretor.

Para ele, a crítica incute nos jovens diretores que “fazer referências a determinado cinema desvaloriza seu selo pessoal, e eu neste filme me permiti duvidar disso”.

“Se tenho vontade de filmar como Leone, filmo como Leone, se tenho vontade de filmar como Peckinpah, filmo como Peckinpah”, afirmou o argentino.

Seu próximo projeto pode ter a ver com uma busca totalmente inversa, um “universo estritamente próprio” e alheio a referências cinematográficas.

“Adoraria fazer agora um filme sem olhar para mais nada durante todo o processo de fazê-lo, e ver o que sai”, confessou, acrescentando ser pouco provável que se trate de outra produção de gênero.

Após os dois filmes que o colocaram no panorama de novos criadores argentinos, “O sangue brota” e “O assaltante”, Fendrik assegurou que, com “A ardência”, pretende estar “aberto a um público maior”, bora o diretor lembre que sempre teve liberdade para filmar e não teve “nenhuma interferência”. EFE lrgh/cd

Fonte: R7 – Famosos e TV