Menino negro teria sido orientado em escola cívico-militar a cortar cabelo para não ‘parecer menina’, alega família – Rádio Itatiaia


Foto: Google Street View

A ocorrência foi registrada no Centro de Ensino Fundamental 01, chamado de Sapão

Um sargento do Corpo de Bombeiros teria sugerido a um estudante, de 12 anos, a cortar o cabelo após afirmar que ele estava “se camuflando entre as meninas” em uma escola cívico-militar no Distrito Federal. O menino estuda no Centro de Ensino Fundamental 01, chamado de Sapão, localizado no Núcleo Bandeirante. O fato ocorreu na última quarta-feira (16), mas ganhou repercussão nesta semana.

Conforme o Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, o cabelo do aluno não cabe dentro das regras estabelecidas nas escolas cívico-militares, onde as meninas devem permanecer de cabelos presos e os meninos com os cabelos curtos. Conforme a corporação, o monitor teria usado uma “forma didática” para alertar a criança sobre isso, registrou a conversa em ata e também acionou o responsável pelo menino.  

À TV Globo, a irmã do aluno, Rosa Carvalho, disse que um representante da escola ligou para o pai deles afirmando que o menino apenas poderia continuar na unidade se cortasse o cabelo. Após o aluno ter ciência disso, entrou no quarto, preferiu ficar sozinho e começou a chorar.

No entanto, conforme normas da Secretaria de Educação do DF, as regras para os meninos que têm cabelos crespos nas escolas cívico-militares podem ser flexibilizadas. “Penteados para cabelos crespos atinentes a questões étnico-raciais poderão ser flexibilizados, conforme orientação da equipe gestora”, diz.

Rosa explicou que o irmão sempre foi para a escola de coque e que frequenta a unidade há dois anos. “Ele [o militar] meio que deu a entender que [o aluno] ficava sempre na fila das meninas, por isso que ele nunca tinha conseguido ver que o cabelo dele estava um pouquinho maior”, contou a emissora.

A família, que se sentiu constrangida, deve acionar a Justiça.



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