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Crianças precisam de ‘bons exemplos’

O que é obesidade e como é possível avaliar esse excesso?

É uma doença crônica caracterizada por excesso de gordura corporal níveis associados ao aumento de risco de complicações e de outras doenças. A avaliação é tradicionalmente realizada por meio do cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC), que é o peso (em kg) sobre o quadrado da estatura (em metros). Classifica-se o indivíduo : baixo peso (< 18,5 kg/m2), peso normal (18,5 a 24,9 kg/m2), sobrepeso (25 a 29,9 kg/m2), obesidade grau I (30 a 34,9 kg/m2), obesidade grau I (35 a 39,9 kg/m2), obesidade grau III ou obesidade mórbida (=40 kg/m2). Contudo, o IMC pode não traduzir adequadamente a proporção de gordura corporal algumas situações, a exemplo de atletas musculosos no qual será superestimado. Daí serem utilizados, avaliações clínicas mais detalhadas, outros métodos como a medida de pregas cutâneas e medidas de composição corporal por bioimpedância, ultrassonografia e densitometria-DXA (absorciometria). No entanto, esses métodos não estão tão bem estabelecidos para uso no público infantil.

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Por que a obesidade infantil é considerada um problema de saúde pública?

A Organização Mundial de Saúde (OMS) identifica a obesidade como um dos maiores problemas de saúde pública no mundo. Estima-se que, 2025, cerca de 2,3 bilhões de adultos estejam acima do peso ideal, dos quais mais de 700 milhões estarão obesos. Se não forem tomadas medidas adequadas, crianças o sobrepeso e obesidade atingirão 75 milhões. No Brasil, a prevalência de obesidade é crescente. Hoje, mais de 50% da população está acima do peso, acometendo aproximadamente 15% das crianças.

Como devem ser tratados os fatores de risco ?

Os fatores de risco modificáveis devem ser abordados precoce e intensivamente. Desde medidas preventivas, a partir de gestações planejadas (mães com condição metabólica saudável antes, durante e após a gestação), adoção de hábitos alimentares saudáveis, a prática regular de exercícios e o combate ao sedentarismo, políticas para melhoria da qualidade de vida que visem redução do estresse e dos transtornos ocionais comuns à vida urbana. Sempre chamo a atenção que as medidas devem ser não só lembradas na perspectiva individual. No caso de crianças, também deve ocorrer na esfera familiar e da coletividade. São fundamentais quot;os bons exemplos casa" e as medidas efetivas de saúde pública. Podemos citar a ótima medida do governo municipal quanto à implementação de ciclovias.

O sobrepeso e a obesidade estão relacionados ao aumento na incidência de outras doenças?

São inúmeros. As doenças do coração (principal causa de adoecimento e mortalidade mundial), hipertensão arterial, dislipidemias, diabetes, doenças osteoarticulares (coluna, joelhos, dores lombares), os transtornos psíquicos e o risco de vários tipos de câncer e os quadros demenciais.

Pode-se dizer que a obesidade tem uma influência genética?

Sim. Na maioria dos casos, a genética influencia cerca de 50%, sendo a outra metade relacionada ao ambiente, ou seja, hábitos, alimentação, atividade física e exercício, estresse, condição de concepção e nascimento, assim como os contaminantes ambientais.

Qual a importância dos hormônios leptina e a diponectina?

São hormônios secretados pelo tecido adiposo que têm papéis importantes no metabolismo energético, mas raramente são isoladamente causa da obesidade. Em humanos, há casos muito específicos nos quais a obesidade é originária de uma deficiência genética de leptina. Na maioria, o que ocorre é a resistência a esse hormônio, sendo essa alteração uma dentre outras, com vários determinantes genéticos (a obesidade comumente é de origem poligênica).

Quais as transformações que o tecido adiposo sofre durante o processo de obesidade?

Ocorre aumento de depósito de gordura com distribuição determinada por fatores genéticos, ambientais, idade, gênero, hábitos, status hormonal, ocional. Levam a alterações na secreção de hormônios e fatores inflamatórios desencadeantes dos processos relacionados às doenças associadas.

Fonte: Vida

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