A tarefa de cuidar de um idoso nem sempre é fácil. Sentimentos de culpa, sobrecarga e dúvidas são comuns para cônjuges, filhos, netos e sobrinhos que acompanham seus familiares da terceira idade. outro lado, tratar com amor e compreensão pode ser também uma experiência transformadora. Para evitar que a rotina seja exaustiva é necessário que o familiar cuidador se mantenha bem informado. Em vista disto, a especialista na área de Gerontologia Monica Perracini tira as dúvidas mais comuns sobre o assunto.
Banho
Segundo a médica, é importante que seja realizada uma higiene íntima frequente, de forma a evitar infecções urinárias e mau cheiro. ém, a necessidade diária de banho é relativa. “Sabemos que as pessoas idosas, especialmente em dias frios não gostam de tomar banho. Muitos não percebem que estão cheirando mal. Cerca de 75% dos idosos com 80 anos ou mais tem um declínio importante do olfato. Mas isso não justifica a pressão dos familiares para que os idosos tomem banho todos os dias. Aqui vale o bom senso e o hábito de cada um”, explica.
Roupas e calçados
O calçado deve ser o mais confortável ao idoso, de modo que ele sinta segurança ao andar. Para àqueles que passaram muitos anos utilizando outro tipo, o tênis pode não ser bem aceito, gerando dificuldade no caminhar. quot;Nada de calçados largos que saiam facilmente do pé ou ainda chinelos e sandálias sem alça na parte de trás. Os familiares devem ficar atentos a sapatos com muitos anos de uso, pois além de largos podem ficar gastos na sola", orienta Monica.
Em relação às vestimentas, roupas confortáveis devem ser escolhidas para auxiliar o sono. ém, é preciso entender que manter a autoestima é bom para saúde e importante para o bem estar. A pessoa da terceira idade deve se manter confortável e, sobretudo, feliz. “Normalmente, usamos pijama durante o dia quando estamos doentes. Essa memória pode alimentar sintomas depressivos. É importante que o familiar ajude o idoso a manter o cuidado com sua aparência e o estimule a escolher que roupa vestir-se todos os dias”, esclarece Monica Perracini.
Alimentação
De acordo com a especialista, a desidratação ocorre com mais frequência com pessoas de idade avançada. Isso acontece, pois com o envelhecimento há um declínio na sensação de sede. “Existem algumas mudanças fisiológicas no organismo do idoso que ficam menos eficientes, deixando-o mais vulnerável a ficar desidratado rapidamente. Ele sente menos sede e consequentemente bebe menos água por conta própria. É importante que o familiar estimule a hidratação, incentivando a ingestão de água, chás, café ou sucos durante o dia".
A atenção à alimentação também é fundamental. Embora seja nutritiva, a tradicional canja de galinha, por exemplo, precisa de cuidados adicionais ao ser oferecida para o idoso. Qualquer prato que contenha pedaços pequenos e diferentes consistências é perigoso, segundo a médica. Pessoas com dificuldades de mastigação e de deglutição podem engasgar com maior frequência e com isso apresentar infecções respiratórias frequentes. O familiar deve ficar atento ao pigarro e tosse durante as refeições. nbsp;
"Muitos idosos gostam de substituir o jantar por um lanche. Evite o excesso de carboidratos e equilibre com outros nutrientes necessários, como verduras, legumes e proteínas. O ruim é quando esse lanche é pobre em nutrientes. O idoso deve comer de forma saudável", afirma.
Sono
Uma soneca de 30 minutos nas primeiras horas da tarde é recomendada, porém o excesso de tempo sentado ou deitado é totalmente prejudicial à saúde, em qualquer idade. Ficar assistindo televisão e cochilar entre um programa e outro também deve ser evitado. Dormir de dia pode significar pior sono durante à noite. quot;Uma forma de colocar a preguiça de lado e promover uma melhora na qualidade de vida é realizar pequenas caminhadas ao ar livre, benéfica tanto ao familiar cuidador quanto ao idoso".
Remédios
Monica lembra que é necessário respeitar o tempo de efeito do remédio entre as doses recomendadas pelo médico. Antecipar “somente uma hora” ou aguardar o horário da refeição para ingerir o remédio pode atrapalhar a sua absorção e o seu funcionamento. Atualmente, existem no mercado utensílios e aplicativos que podem auxiliar na organização das tarefas relacionadas ao controle de remédios.
Equilíbrio
Para auxiliar o equilíbrio, a bengala ainda é uma boa opção. Ela deve ser indicada após avaliação de um fisioterapeuta, que inclusive ensinará o idoso a caminhar com o instrumento. “Muitos recebem orientação para comprar uma bengala por indicação de um médico ou por palpite de familiares e conhecidos. No entanto, o instrumento mal indicado pode ser prejudicial para o idoso, podendo ocasionar quedas. Questões relacionadas ao alinhamento do corpo, eficácia das reações de equilíbrio e aspectos cognitivos como memória visual e atenção precisam ser avaliados”, alerta Perracini.
Fonte: Vida

